Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, afirmou que é preciso desmistificar as preocupações em torno dos rejeitos nucleares e do combustível usado em usinas nucleares. Segundo Lycurgo, o combustível nuclear usado não é rejeito, pois pode ser reciclado no futuro.
Lycurgo explicou que o combustível nuclear usado é armazenado pela Eletronuclear dentro da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) para possível reciclagem futura, reduzindo o volume de rejeitos para apenas 5% do total original. Ele ressaltou que o armazenamento segue padrões seguros e é monitorado 24 horas por dia.
Em relação aos rejeitos nucleares, Lycurgo informou que são armazenados dentro da própria central nuclear de forma segura, com o projeto Centena, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão que fiscaliza as usinas nucleares, planejando um centro para armazenagem definitiva de rejeitos radioativos.
Sobre a transferência de elementos combustíveis usados por Angra 1 e 2 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), Lycurgo destacou que o processo não impacta o funcionamento da unidade, que opera normalmente.
Lycurgo também ressaltou o potencial do Brasil em expandir a produção de energia nuclear, substituindo usinas térmicas movidas a carvão, e defendeu a reciclagem de combustíveis nucleares como uma forma de aumentar a geração de energia de forma sustentável.
O presidente da Eletronuclear argumentou que a energia nuclear é limpa, segura e não poluente, e que o Brasil possui uma das maiores reservas de urânio do mundo, com potencial para se tornar um dos maiores fornecedores globais de combustível nuclear.
Por fim, Lycurgo enfatizou a importância de aproveitar as oportunidades no setor de energia nuclear, garantindo investimentos em conhecimento e tecnologia para que o Brasil se torne um ator significativo no cenário global.