Após 6 anos, 7 meses e 17 dias do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Lessa, autor dos disparos, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Élcio, que dirigiu o veículo no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses.
A condenação comoveu familiares e amigos das vítimas presentes no tribunal, incluindo Marinete e Antônio (pais de Marielle), Anielle Franco (irmã), Luyara (filha), e as viúvas Mônica Benício e Ágatha Reis. “A Justiça chega, por vezes lentamente, mas alcança aqueles que acreditam estar acima dela,” afirmou a juíza Lúcia Glioche na sentença.
Julgamento impactante e revelações da delação
Os crimes pelos quais Lessa e Élcio foram condenados incluem homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e emboscada), tentativa de homicídio contra a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que sobreviveu ao ataque, e receptação do carro usado na fuga. Além da pena de prisão, ambos terão de arcar com uma indenização total de R$ 3,5 milhões às vítimas e custear uma pensão para o filho de Anderson Gomes até que ele complete 24 anos.
Ainda assim, as penas podem ser reduzidas devido a acordos de delação premiada. Élcio deve cumprir 12 anos de prisão em regime fechado, enquanto Lessa deve permanecer em regime fechado por até 18 anos, passando depois para o semiaberto, totalizando 20 anos de detenção.
Momento histórico e continuidade das investigações
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes chocou o Brasil e continua a ser objeto de mobilizações por justiça. A Polícia Federal apura agora a participação dos mandantes, com o processo transferido para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde a denúncia contra Francisco e Domingos Brazão, considerados suspeitos de planejar o crime, foi aceita. O relator é o ministro Alexandre de Moraes, e o julgamento ainda está em fase de instrução.