A Polícia Civil do Rio prendeu 37 pessoas ontem durante a Operação Omiros, contra uma quadrilha de roubo de celulares — 35 integram o bando e 2 foram recapturados após fugir da 60ª DP (Campos Elíseos), no sábado, dia 15.
Segundo as investigações da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, os bandidos ainda ameaçavam as vítimas para desbloquear os aparelhos.
Agentes saíram para cumprir, no total, 43 mandados de prisão, expedidos pela 2ª Vara Especializada do Rio de Janeiro — grande parte dos alvos já havia sido presa anteriormente por crimes como roubo, receptação, estelionato e até tráfico de drogas. Em alguns endereços, equipes foram recebidas a tiros.
Os ladrões agiam no entorno da Central do Brasil, no Centro do Rio de Janeiro; no Calçadão de Bangu, na Zona Oeste; e no Centro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Para garantir exclusividade no fornecimento, os chefes da quadrilha forneciam armas aos assaltantes e estabeleciam parcerias com traficantes a fim de “autorizar” os roubos em troca de parte dos lucros.
A DDSD descobriu, com interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que os criminosos pressionavam violentamente as vítimas para obter senhas e acessos aos dispositivos.
“Os criminosos faziam uso de ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias”, explicou a polícia. “O terror imposto envolvia exposição de dados pessoais e ameaças diretas contra parentes das vítimas.”
Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.
O grupo também montou uma complexa estrutura financeira, com uso de laranjas, para lavar o dinheiro obtido com a venda dos celulares desbloqueados e das extorsões.
Além disso, a investigação revelou que os criminosos ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.
Omiros é uma palavra grega que significa “refém”.