Sob forte tensão e após mais de 24 horas de protestos, a Câmara dos Deputados retomou suas atividades legislativas na noite de quarta-feira (6). O presidente da Casa, Hugo Motta, abriu a sessão pedindo respeito ao regimento e criticando os atos de obstrução, considerados excessivos por parte da oposição.
Parlamentares oposicionistas ocupam o Plenário desde terça-feira (5), em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles também exigem o andamento de propostas como a anistia aos condenados por tentativa de golpe e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No retorno aos trabalhos, Motta declarou que interesses pessoais e eleitorais não podem se sobrepor às decisões coletivas do Parlamento. O presidente afirmou também que irá manter a firmeza na condução dos trabalhos legislativos.
A obstrução gerou confusão na entrada de Motta no Plenário, com alguns deputados dificultando o acesso do presidente à Mesa Diretora, o que atrasou ainda mais o início da sessão.
De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, ações que impeçam as atividades legislativas poderão gerar suspensão cautelar de mandato por até seis meses, conforme previsto no regimento interno da Casa.