Na última semana, os jornalistas que cobrem o Pentágono, nos Estados Unidos, receberam uma notícia que parece ir de encontro a todos os preceitos do país que é considerado a terra da liberdade de expressão: antes de publicarem reportagens que tenham ligação com o departamento, profissionais de imprensa terão que submeter as matérias ao Departamento de Defesa.
Aqueles que não seguirem a regra poderão perder as credenciais de acesso ao prédio. A decisão foi anunciada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth. A medida gerou forte reação de entidades de defesa da liberdade de imprensa. O Clube Nacional de Imprensa, por exemplo, classificou a exigência como “um ataque direto ao jornalismo independente”.
Caso não haja nenhum tipo de reflexão por parte do governo, e a decisão de aprovação prévia não mude, o público passará a ter acesso apenas ao que o governo deseja divulgar. O episódio se soma a outras restrições adotadas recentemente pelo governo Trump contra jornalistas e veículos de comunicação.
O Brasil também já passou por um tipo de censura prévia dos veículos de comunicação, mas durante a ditadura militar (1964 a 1985). No dia 13 de dezembro de 1968, com a edição do Ato Institucional n º 5, foi oficializada a censura sistemática, com agentes do governo instalados dentro das redações brasileiras para revisar textos antes da publicação.