Depois que o relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou um ferro de solda para violar a tornozeleira eletrônica que usa, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 24 horas para a defesa dele se manifestar sobre o caso.
O relatório da Seap e o vídeo em que o ex-presidente é questionado sobre a tentativa de violação do aparelho, confessando a ação por “curiosidade”, vieram a público ao longo do sábado, 22 de novembro.
Segundo análise do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), o equipamento apresentou sinais de queimadura e danos estruturais, gerando um alerta de violação à meia-noite de sábado.
Após o episódio, Bolsonaro foi preso preventivamente, tendo sido levado à sede da Polícia Federal em Brasília. A defesa do ex-presidente tenta reverter a prisão com base em alegações relacionadas à saúde de Bolsonaro – ele já teve pedido de prisão domiciliar rejeitado.
Ao deixar a Superintendência da PF onde Bolsonaro ficará detido, no Distrito Federal, o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, falou à imprensa presente sobre o acontecido. Ele fez alusão à possibilidade de fuga do ex-presidente durante uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ato que teria ligado o alerta para as autoridades.
“O presidente Bolsonaro não teria de forma alguma como subtrair-se, como evadir-se da sua casa. Ele tem uma viatura armada com agentes federais 24 horas por dia, sete dias da semana, na porta da casa dele”, afirmou Paulo.
A prisão do ex-presidente no sábado (22) foi uma medida cautelar, não tendo ligação com o cumprimento de pena relacionada à trama golpista. Condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe, Bolsonaro aguarda a decisão sobre os últimos recursos no processo. Se forem negados, as penas dele e de outros réus devem começar a ser executadas nas próximas semanas.

