Quatro documentos finais da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) citam os afrodescendentes como um grupo vulnerável às mudanças climáticas. A medida, que é inédita em se tratando do evento, é vista como avanço para políticas mais inclusivas e representativas.
As menções aparecem nos documentos “Transição Justa”, “Plano de Ação de Gênero”, “Objetivo Global de Adaptação” e “Mutirão”. Também foram reconhecidos povos indígenas, comunidades locais, mulheres, jovens e pessoas com deficiência.
Os grupos foram destacados por suas contribuições à adaptação climática, assim como por serem impactados de forma desproporcional pelas desigualdades estruturais e pelo racismo ambiental, modelo de discriminação que afeta populações vulneráveis, como minorias étnicas e raciais, através da degradação do meio ambiente e da falta de acesso a serviços básicos.
A inclusão do termo dentro da COP30 ocorre logo após o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Para o Geledés Instituto da Mulher Negra, organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e de pessoas negras em função do racismo e do sexismo, o reconhecimento pode viabilizar políticas públicas voltadas a territórios periféricos e historicamente marginalizados.
Celebrada pelo Ministério da Igualdade Racial, a menção a afrodescendentes na COP30 é resultado também da pressão popular e da articulação de movimentos sociais relacionados à causa.

