Fonte: Popline
O que está acontecendo com o consumo de músicas em inglês no Brasil? Adele e Anitta, que têm público expressivo, não conseguiram se manter no Top 20 do Spotify Brasil por mais de um dia e estão “ladeirando” – no levantamento referente ao último domingo “Easy On Me” está em 34º, enquanto “Faking Love” em 52ª. Apenas “Industry Baby”, do Lil Nas X, está há semanas dentro do Top 50 (31º).
Prestar a atenção na forma que os ouvintes de sertanejo, piseiro e forró geram volume de plays no Spotify é o caminho para entender o que está acontecendo. Para ter grande consumo e se manter no ranking, a música precisa estar em playlists com alcance de massa e associada a “moods” relevantes do momento.
Playlists com “músicas para festa” são as que dominam em volume de plays. Um dos principais motivos é que grande parte da população tem no consumo de playlists como forma de lazer. Músicas nesse perfil conseguem ter números ainda mais expressivos no final de semana.
As playlists de festas desses gêneros não são apenas feitas pelos editores do Spotify – há um volume crescente de playlists feitas por usuários ou até mesmo agências, que faturam com a negociação de espaços nas playlists.
Do outro lado, é entendido também que fãs que consomem música internacional no Brasil não estão necessariamente reféns de playlists. Esse recorte do público tem um interesse maior em descobrir mais artistas, consomem álbuns e também escutam músicas de catálogos (antigas).https://4529f672c1766a50a1643e5dcb8659ae.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Ainda que não haja uma pesquisa sobre o volume de consumo de música internacional no Brasil recente, a resposta pode ser encontrada quando o assunto é shows internacionais. Mesmo com as incertezas da pandemia, dezenas artistas internacionais estão com negociações milionárias para o Brasil. Artistas confirmados do Rock in Rio devem fazer shows em várias capitais – alguns deles até em estádios. Mais festivais e shows devem ser anunciados até o fim de 2021. Então, se há demanda, há público.
O recorte dos charts do Spotify não definem que músicas em inglês e seus respectivos artistas perderam força no Brasil, mas que a forma de consumo do público tende a privilegiar artistas locais associados a playlists de festa.