A sugestão do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, de que é preciso acelerar e tentar fazer a venda da Petrobras, a maior empresa brasileira, o quanto antes possível, não foi bem recebida pela classe política e por especialistas. Todos acreditam que, apesar do empenho do governo do presidente Jair Bolsonaro, pode não haver tempo hábil para concluir a operação ainda neste mandato.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi um dos que indicou mal estar. Ele disse que a discussão está ‘fora de hora’ e ainda precisa ser debatida com a sociedade. Para vender a Petrobras, o governo precisa de autorização formal da maioria do Congresso Nacional.
Analistas do setor dizem ainda que se vender a companhia, o governo federal perderá a capacidade de influenciar na direção da empresa e também no preço dos combustíveis, que estão sofrendo aumentos sucessivos.
Desde o mandato do ex-presidente Michel Temer (2016/18), os preços da gasolina, do diesel e de outros combustíveis foi atrelado pelo governo aos valores internacionais. A medida foi mantida por Bolsonaro a partir de 2019 e vigora até hoje. Por isso, quando sobe o dólar ou a cotação do petróleo, a Petrobras também aumenta seus preços. O efeito-cascata do aumento destes insumos é sentido em todos os setores da cadeia produtiva.
Nesta sexta-feira, dia 13, o coordenador geral da Frente Única dos Petroleiros, entidade de representação dos trabalhadores, Deyvid Bacelar, disse que se a venda da empresa for pautada no Congresso, o Brasil enfrentará a ‘maior greve da história’.
— Sabemos que a privatização não é solução para baixar o preço dos combustíveis — disse o dirigente sindical em uma rede social.