sexta-feira, agosto 1, 2025
InícioDestaquesAbertura da Flip 2025: quando Paraty virou Curitiba

Abertura da Flip 2025: quando Paraty virou Curitiba

A 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começou na quarta-feira, 30 de julho, mas movimentou a cidade com se fosse um sábado à noite. As ruas do Centro Histórico já estavam lotadas à tarde, com muitos turistas chegando para curtir o evento, que neste ano homenageia o poeta e escritor paranaense Paulo Leminski.

Nascido em Curitiba, capital do estado, Leminski baixou em Paraty trazendo com ele o clássico clima frio daquela cidade: a mínima prevista era de 11º, o que muito provavelmente se concretizou. Além disso, o poeta também foi lembrado na primeira palestra oficial do evento, intitulada “Essa noite vai ter sol”, proferida por ninguém menos do que o cantor, compositor e poeta Arnaldo Antunes.

Desde às 18h, uma fila já se formava no auditório da matriz, que iria receber a palestra. Na parte interna do espaço, uma voz inconfundível cantava na trilha sonora mecânica que “A casa é sua, por que não chega agora?”. Era justamente Arnaldo Antunes, o convidado do bate-papo inicial da Flip, que deixava os espectadores ainda mais ansiosos.

Depois que o diretor artístico da Flip, Mauro Munhoz, e a curadora do evento em 2025, Ana Lima Cecílio, fizeram as honrarias de abertura, Arnaldo Antunes entra em cena ao som de “Velha Infância”, dos Tribalistas. Desse momento em diante, discorreu sobre sua relação de amizade e admiração com Paulo Leminski, lembrando passagens tocantes e engraçadas junto ao poeta e reforçando uma das maiores qualidades do “samurai malandro”.

“Paulo Leminski era um exemplo de erudição sem afetação, sem empáfia nenhuma”, declarou Arnaldo.

Até 3 de agosto, mais de 600 atividades serão realizadas no município, entre bate-papos, palestras, lançamentos, performances poéticas e demais expressões artísticas. Além da programação principal, dezenas de mostras alternativas seguem enchendo a maré de Paraty de arte, literatura e, acima de tudo, esperança. Esperança de que, apesar de estarmos vivendo em tempos difíceis, sempre vale a pena.

O próprio Leminski, numa gravação de áudio exibida antes da entrada de Arnaldo Antunes na palestra, cantou essa reflexão numa de suas composições, “Valeu”.

Dois namorados olhando o céu
Chegam a mesma conclusão
Mesmo que a terra não passe da próxima guerra
Terra, mesmo assim valeu
Valeu encharcar esse planeta de suor
Valeu esquecer das coisas que eu sei de cor
Valeu encarar essa vida que podia ser melhor

Valeu, valeu
Valeu, valeu
Valeu, valeu
Valeu, valeu

A noite terminou com um cortejo liderado por artistas locais e o show do Grupo Paratiense, que celebrou junto ao público pelas margens do Rio Perequê-Açú, saindo da Praça da Matriz em direção ao Palco do Areal, onde tudo foi finalizado com uma ciranda aberta a todos.

Flip 2025 – programação principal

Quinta-feira, 31/7, às 10h

Mesa 2: “Caprichos e relaxos”, com Fabrício Corsaletti e Lilian Sais.

Quinta-feira, 31/7, às 12h

Mesa 3: “Tristes tramas”, com Anabela Mota Ribeiro e Neige Sinno.

Quinta-feira, 31/7, às 15h

Mesa 4: “A casa, o mundo”, com Alia Trabucco Zerán e Lilia Guerra.

Quinta-feira, 31/7, às 17h

Mesa 5: “Todas as formas”, com Mar Becker e Monique Malcher.

Quinta-feira, 31/7, às 19h

Mesa 6: “A extraordinária vida comum”, com Pedro Guerra e Sandro Veronesi.

Quinta-feira, 31/7, às 21h

Mesa 7: “Pequenos países, grandes movimentos”, com Gaël Faye e GauZ’.

Sexta-feira, 1º/8, às 10h

Mesa 8: “Vide o verso”, com Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto e Marília Garcia.

Sexta-feira, 1º/8, às 12h

Mesa 9: “O Brasil no espelho”, Tiago Rogero e Ynaê Lopes dos Santos.

Sexta-feira, 1º/8, às 13h30

Mesa Extra: “Escritor de dois mundos”, Valter Hugo Mãe.

Sexta-feira, 1º/8, às 15h

Mesa 10: “Tudo que desabrocha”, com Giovana Madalosso e Liv Strömquist.

Sexta-feira, 1º/8, às 17h

Mesa 11: “Breve história do longo conflito”, com Ilan Pappe.

Sexta-feira, 1º/8, às 19h

Mesa 12: “O lugar da floresta”, com Marina Silva.

Sexta-feira, 1º/8, às 21h

Mesa 13: “Palavras: vida e obra”, com Gregorio Duviver.

Sábado, 2/8, às 10h

Mesa 14: “Senhora Liberdade”, com Nei Lopes.

Sábado, 2/8, às 12h

Mesa 15: “Ser mulher na América Latina”, com Dahlia de la Cerda e Dolores Reyes.

Sábado, 2/8, às 15h

Mesa 16: “Pertencer, transformar”, com Astrid Roemer e Verenilde Pereira.

Sábado, 2/8, às 17h

Mesa 17: “Invenção, memória”, com Cristina Rivera Garza e María Negroni.

Sábado, 2/8, às 19h

Mesa 18: “A ridícula ideia de estar lúcida”, com Rosa Montero.

Sábado, 2/8, às 21h

Mesa 19: “Roçar a língua de Camões”, com Caetano Galindo e Ricardo Araújo Pereira.

Domingo, 3/8, às 10h

Mesa 20: Mesa Zé Kleber: Espalhar poesia”, com Luiz Perequê e Sergio Vaz.

RELACIONADAS

MAIS LIDAS

SIGA-NOS

37,000FãsCurtir
35,600SeguidoresSeguir
6,200InscritosInscrever
Sorteio de Bonés no APP
X
Rádio Costazul FM 93.1
Ao vivo