Moradores da região de Mambucaba, em Angra dos Reis, denunciam práticas recorrentes de pesca predatória na saída do Rio Mambucaba, nas proximidades da Ilha do Algodão, em frente às praias da Vila Histórica de Mambucaba e das Goiabas. Segundo os moradores, pescadores têm utilizado redes de arrasto para cercar e capturar robalos, comprometendo o ciclo reprodutivo da espécie em uma área que deveria ser de proteção ambiental.
“Eles estão aqui todos os dias, fazendo cerco e o ICMBio não faz nada. Um absurdo.”, afirma um morador da Vila Histórica que não quis se identificar.
Essas ações ocorrem nos limites da Estação Ecológica de Tamoios (ESEC Tamoios), unidade de conservação federal de proteção integral que abrange ecossistemas de “Extrema Importância Biológica” na Baía da Ilha Grande. A prática, além de ilegal, ameaça a biodiversidade marinha.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, nessa época do ano mesmo quem não é pescador de profissão larga tudo para ir por mar pescar robalo, para vender para os restaurantes e pousadas da região a preços altos.
Conforme o Núcleo de Gestão Integrada do ICMBio em Paraty, a pesca de robalo na região costuma ser realizada com redes de espera, fechando o rio e interferindo diretamente na reprodução da espécie. Essa modalidade é proibida na ESEC Tamoios, onde apenas pescadores tradicionais com Termos de Compromisso podem atuar, desde que respeitem métodos autorizados.
A legislação ambiental prevê multas de R$ 700 a R$ 100 mil, acrescidas de R$ 20 por quilo do pescado irregular, além da apreensão de embarcações e petrechos. Segundo o ICMBio, as ações de fiscalização têm sido intensificadas, resultando na apreensão de pescados que, posteriormente, são doados para a APAE de Mambucaba, por meio do Programa Mesa Brasil do Sesc.
Apesar dos esforços de fiscalização e atividades de conscientização realizadas semanalmente, as denúncias apontam para a persistência das práticas ilegais. Os moradores alertam há ausência de controle efetivo na região.
O ICMBio reforça a importância de registrar denúncias por meio da plataforma Fala.BR ou pelo e-mail ouvidoria@icmbio.gov.br.
A Rádio Costazul FM segue acompanhando o caso e reafirma o compromisso com a proteção ambiental e a promoção da sustentabilidade em Angra dos Reis.