O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República entre os anos 2003 a 2010, foi eleito neste domingo, dia 30, para um terceiro mandato após 12 anos desde que deixou o Palácio do Planalto. Lula recebeu 50,9% dos votos válidos, ante 49,1% de Jair Bolsonaro (PL), atual chefe do Executivo federal, que tentava a reeleição. É a primeira vez que o presidente em busca de reeleição é derrotado no cargo.
Conforme informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula venceu na região Nordeste, que votou maciçamente no petista. Também teve vitórias nos estados do Pará, Amazonas e Minas Gerais. Já as regiões Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste deram mais votos a Bolsonaro.
Nascido em Caetés, no agreste pernambucano, em 27 de outubro de 1945, Luiz Inácio Lula da Silva migrou com a mãe e sete irmãos para São Paulo, onde trabalhou como engraxate na infância e aprendiz de metalúrgico na adolescência. Lula iniciou sua carreira política no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo aos 23 anos, em 1968, início do período mais repressivo da ditadura militar.
No final da década de 1970 e início da década de 80, Lula foi o líder de uma das maiores e principais greves de operários da Grande São Paulo. Junto a outros sindicalistas, ficou preso durante um mês pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Posteriormente Lula foi galgando seu espaço na política após a criação do Partido dos Trabalhadores (PT).
Jornais, sites e TVs do mundo inteiro acompanharam de perto a eleição no Brasil. A proximidade das porcentagens das intenções de voto entre os concorrentes é o principal destaque da mídia internacional.
Em seu primeiro pronunciamento após ter sido eleito presidente da República, Lula usou uma declaração forte para se referir à sua trajetória nos últimos anos, quando chegou a ser preso num processo depois anulado pela Justiça.
— Tive um processo de ressurreição na política. Tentaram me enterrar vivo, mas eu tô aqui — disse o presidente eleito.
Ao se referir ao presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que não enfrentou um candidato e sim ‘a máquina do Estado brasileiro’, em relação aos diversos benefícios e recursos pagos a brasileiros diretamente do caixa da União nos meses que antecederam a eleição. Com um discurso de pacificação e reconciliação, o presidente eleito parabenizou tanto os eleitores que votaram nele como os que votaram em Bolsonaro e afirmou que sua eleição foi ‘a vitória de um imenso movimento democrático’.
O rito democrático prevê a diplomação de Lula no dia 19 de dezembro e a posse em 1º de janeiro de 2023, com término em 31 de dezembro de 2026.