A vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro pelo filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, trouxe um sentimento de união e orgulho para o Brasil. Para Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio, o prêmio vai além de um reconhecimento artístico, representando um marco para o cinema brasileiro.
“É um momento de muita emoção e união. Ter um filme brasileiro premiado dessa forma é algo que aquece nossos corações e nos dá orgulho imenso”, declarou Ilda. A obra aborda a trajetória de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar, destacando a força de uma mulher que superou as adversidades de um período sombrio na história do país.
Uma celebração ao cinema feminino
Ilda destacou a importância de contar histórias por um viés feminino, ressaltando a atuação de Fernanda Montenegro, que faz uma breve, mas marcante aparição no filme, e o simbolismo de Fernanda Torres dar continuidade ao legado de mulheres que transformaram o cinema brasileiro. “O trabalho de mulheres como atrizes, diretoras e roteiristas é essencial para ampliarmos as narrativas e perspectivas no cinema. Espero que esse prêmio abra mais portas para mulheres em todos os níveis criativos”, pontuou.
O impacto cultural do filme
A narrativa de “Ainda Estou Aqui” toca profundamente ao abordar não apenas a tragédia, mas a superação e vitória de Eunice Paiva. Segundo Ilda, a produção consegue dialogar com diferentes gerações, levando conhecimento sobre a história do Brasil para jovens que desconhecem os detalhes do período da ditadura.
A repercussão do filme também reaproximou o público brasileiro das salas de cinema. “O filme não apenas emociona, mas reforça a importância da experiência coletiva que é assistir a um filme. É maravilhoso ver o público saindo das sessões tocado e refletindo sobre a força dessa história”, celebrou a diretora.
Um legado de conquistas
Fernanda Torres já havia feito história ao vencer o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes em 1986, com “Eu Sei que Vou Te Amar”, de Arnaldo Jabor. Agora, sua conquista no Globo de Ouro reitera o prestígio do cinema brasileiro no cenário internacional. O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme, destacou a resistência da cultura brasileira diante de desafios. “Tentaram destruir o cinema brasileiro, mas nós ainda estamos aqui. Viva Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e todos que elevam nosso cinema!”, escreveu nas redes sociais.
Campanha rumo ao Oscar
Nas redes sociais e nas ruas, o movimento para que Fernanda Torres seja indicada ao Oscar 2025 já ganhou força. Camisetas estampadas com a frase “Dá o Oscar para ela” estão se tornando populares, reforçando o desejo do público por mais um reconhecimento internacional.
Para Ilda Santiago, o momento é de celebração. “Fernanda está nos conduzindo de forma leve e elegante. O que já conquistamos é maravilhoso, mas o que vier será ainda mais incrível. Estamos vivendo algo único com ela e com esse filme”, concluiu.