Após mais de 3 mil conferências realizadas em 49 países, a Central Única das Favelas (Cufa) finalizou um documento que reúne as principais demandas das favelas e periferias, com foco em segurança e saúde, para ser entregue às lideranças globais do G20. A iniciativa, chamada de G20 Favelas, contou com apoio da Unesco e da London School of Economics.
Em entrevista à Agência Brasil, o fundador da Cufa, Celso Athayde, explicou que as demandas variam entre as comunidades. “Enquanto algumas enfrentam problemas de saneamento e falta de água potável, outras pedem ações de reintegração familiar devido à grande quantidade de parentes de apenados”, afirmou Athayde, destacando que, apesar das diferenças, segurança e saúde são preocupações comuns a todos.
A coordenadora-geral do G20 Favelas, Letícia Gabriella da Cruz Silva, ressaltou a presença de questões compartilhadas entre favelas brasileiras e de outros países. “Violência, discriminação e combate à fome se mostraram pontos centrais nas discussões”, afirmou.
Gabriel Oliveira, também coordenador-geral do G20 Favelas, destacou que mais de 50% dos participantes consideram o combate à pobreza, fome e desigualdade social questões prioritárias. “Estamos no século 21 e ainda enfrentamos desafios básicos, como acesso à água potável e moradia digna, enquanto se debate o impacto da inteligência artificial no mundo”, disse Oliveira, lembrando que a erradicação da fome é o primeiro ‘Objetivo de Desenvolvimento Sustentável’ da ONU.
O evento G20 Favelas faz parte do G20 Social, proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para incluir a sociedade civil nas discussões globais. O documento final, intitulado Communiqué, será entregue aos líderes do G20 pelo presidente Lula em um encontro programado para os dias 18 e 19 de novembro.