A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Jair Bolsonaro, elaborou e imprimiu no Palácio do Planalto um documento contendo um suposto plano para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
O plano, intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, tinha três páginas e foi impresso no gabinete da Secretaria-Geral da Presidência. Segundo a PF, o arquivo tinha o nome “Plj.docx”, uma referência à palavra “planejamento”. Fernandes também imprimiu outros documentos classificados como “sensíveis”, utilizando nomes como “Fox_2017” e “BMW_2019”, que faziam alusão a modelos de seus veículos pessoais. Esses arquivos estavam armazenados em uma pasta chamada “ZZZZ_Em Andamento”, o que, segundo a investigação, sugere que as ações estavam em curso.
Operação e prisões
A operação da PF teve como alvo o grupo conhecido como “Kids Pretos”, composto por militares das Forças Especiais. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, além de medidas como a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos.
Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19), junto com outros três militares: Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares. Um dos investigados teria atuado como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ).
Defesa e próximos passos
Até o momento, a defesa de Mário Fernandes não se pronunciou sobre as acusações. A operação segue com o objetivo de esclarecer o possível envolvimento dos suspeitos no planejamento de ações golpistas contra integrantes do governo e do Judiciário.