terça-feira, dezembro 17, 2024
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General Walter Braga Netto fica preso em sala especial no Rio de Janeiro

Mantida a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro, após audiência de custódia. Ele foi preso preventivamente no último sábado (14) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado de obstrução de justiça no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Braga Netto está detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A sala utilizada pelo general foi improvisada devido à falta de espaço específico para um oficial de quatro estrelas. O ambiente conta com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro exclusivo. Ele realiza as refeições no refeitório destinado aos oficiais de alta patente e tem direito a café da manhã, almoço, jantar e ceia.

Braga Netto está sob custódia em uma unidade que comandou entre 2016 e 2019, quando chefiou o Comando Militar do Leste. Segundo apuração, a prisão dele no local tem gerado desconforto entre os militares, já que o comandante da unidade, com patente de três estrelas, está abaixo do general na hierarquia.

Novas provas e acusações

Na decisão que decretou a prisão, Moraes afirmou que novos elementos foram apresentados pela Polícia Federal, apontando participação ativa de Braga Netto no planejamento e financiamento de atos antidemocráticos. De acordo com o ministro, o general atuou para obter informações relacionadas à colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e buscou interferir nas investigações.

Depoimentos e perícias realizadas no celular do general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, indicam trocas intensas de mensagens com Braga Netto. Também foi apurado que mensagens no WhatsApp foram apagadas dias antes de uma operação da PF.

A Polícia Federal revelou ainda que Braga Netto teria arrecadado dinheiro com empresários do agronegócio para financiar a chamada “Operação Punhal Verde Amarelo”, que incluía planos de manter Bolsonaro no poder e eliminar autoridades públicas, como o presidente Lula e o próprio Moraes. Segundo Mauro Cid, o general participou diretamente da entrega de recursos em reuniões, utilizando, em um dos casos, uma sacola de vinho para transportar o dinheiro.

Pronunciamentos

Em nota, o Exército esclareceu que a detenção do general segue o Estatuto dos Militares, que prevê que oficiais sejam mantidos em instalações apropriadas dentro de unidades militares. A corporação informou que as condições de segurança estão sendo respeitadas e que visitas de familiares e advogados são realizadas conforme determinação judicial.

Já a defesa de Braga Netto negou qualquer obstrução de justiça ou envolvimento em atos antidemocráticos. Os advogados afirmaram que terão oportunidade de apresentar provas para contestar as acusações e reiteraram que o general não participou de reuniões ilícitas ou financiou atividades ilegais.

Desdobramentos

A prisão de Braga Netto é considerada uma peça-chave nas investigações sobre o golpe planejado após as eleições de 2022. Segundo Moraes, as novas provas demonstram o papel de liderança do general nos atos antidemocráticos e indicam que ele atuou para dificultar o andamento do inquérito. O caso segue em tramitação no STF.

Com informações da Rede Globo.

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