quinta-feira, novembro 21, 2024
Com Beto Carmona
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Greve dos Correios: Trabalhadores paralisam atividades em nove estados por reajuste salarial e mudanças no plano de saúde

Funcionários dos Correios de nove estados decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir da última quarta-feira (7). A paralisação, que envolve trabalhadores em São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins, ocorre em meio a reivindicações por reajuste salarial e alterações no plano de saúde da estatal.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados que concentram cerca de 40% do efetivo da empresa e 60% do fluxo postal do país, os impactos da greve já são significativos. Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), o programa de entrega de leite da Prefeitura de São Paulo foi interrompido, e alguns setores de entrega de encomendas no Rio de Janeiro estão completamente paralisados.

Apesar da greve, os Correios afirmam que a operação segue normalmente em todo o país, com 92% do efetivo trabalhando na última sexta-feira (9). A estatal informou que todas as agências estão abertas e que medidas como remanejamento de profissionais e realização de horas extras foram adotadas para minimizar os impactos da paralisação.

Douglas Melo, diretor de Comunicação da Findect, explicou que a greve foi o último recurso após meses de negociações infrutíferas. Entre as principais demandas dos trabalhadores estão um reajuste salarial de 5% ainda este ano, além de um aumento de R$ 300 de forma igualitária para todos os funcionários. “Esse aumento linear visa reduzir a diferença salarial entre os que menos e os que mais ganham na empresa”, justificou Melo, ressaltando que o maior salário nos Correios é 30 vezes maior que o menor.

Outra reivindicação dos trabalhadores diz respeito ao plano de saúde corporativo. Eles pedem a redução do desconto salarial referente ao plano e uma diminuição da coparticipação por consultas e exames de 30% para 15%. Melo alertou que cerca de 20 mil funcionários já deixaram o plano de saúde, com uma média de quase mil desligamentos mensais.

Em resposta, os Correios propuseram um reajuste de 6,05% nos salários a partir de janeiro de 2025 e um aumento de 4,11% nos benefícios já a partir deste mês. Além disso, a empresa informou que o plano de saúde dos funcionários está sendo revisado para atender à demanda de redução da coparticipação. Também foi oferecido um aumento de 20% na remuneração de motociclistas e motoristas.

Os Correios relembraram que, até o final do governo de Jair Bolsonaro (PL), a empresa estava em processo de privatização, gerando incertezas para os trabalhadores. A estatal destacou ainda que o governo Lula retirou a empresa do programa de desestatização, reabriu o diálogo com os sindicatos, resgatou mais de 40 cláusulas do acordo coletivo e firmou um novo acordo, algo que não acontecia há sete anos.

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