Os trabalhadores das usinas nucleares Angra I e Angra II, administradas pela Eletronuclear, entraram em greve nesta terça-feira (08) após impasses nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). O protesto também é contra a política de demissões voluntárias e cortes de despesas na empresa.
Os grevistas bloquearam todos os acessos às áreas industriais, impedindo a entrada de funcionários que chegavam nos ônibus de transporte. A paralisação não tem prazo para terminar e deve se estender até que haja avanço nas negociações.
Eletronuclear afirma que usinas operam com segurança
Em nota, a Eletronuclear informou que a greve não compromete a segurança das unidades. Angra 2 segue operando normalmente, enquanto Angra 1 está em parada programada para manutenção e troca de combustível. A empresa garantiu que adotou medidas para manter as atividades essenciais dentro dos protocolos de segurança nuclear.
Além do protesto em Angra dos Reis, a sede da Eletronuclear, no Rio de Janeiro, também deve parar na quinta-feira (10) por 24 horas.
Empresa diz ter oferecido reajuste, mas sindicatos exigem mais
A Eletronuclear declarou que já concedeu reajuste salarial de 3,69%, equivalente ao IPCA acumulado, mas os sindicatos condicionam a assinatura do acordo à inclusão de uma cláusula que daria a eles participação em decisões de gestão. A empresa considera a demanda ilegal, citando o artigo 138 da Lei nº 6.404/1976, que trata da governança corporativa.
A companhia reforçou que mantém o diálogo e garante que não há riscos para a população, trabalhadores ou meio ambiente.