A capitão de mar e guerra e médica geriatra Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, não resistiu aos ferimentos após ser baleada dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, onde trabalhava, na zona norte do Rio de Janeiro. A morte foi confirmada na tarde desta terça-feira (10) pela Marinha do Brasil, que divulgou nota lamentando o ocorrido.
Gisele foi atingida na cabeça enquanto participava de um evento no auditório da Escola de Saúde da Marinha, localizada no complexo hospitalar. O disparo foi resultado de uma operação policial na Comunidade do Gambá, vizinha ao hospital. De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Lins foram atacados por criminosos ao chegarem na região.
A médica foi imediatamente socorrida no próprio hospital, onde exercia a função de superintendente de Saúde, mas não resistiu, mesmo após passar por cirurgia de emergência.
Em comunicado, a Marinha expressou solidariedade à família e amigos, informando que está oferecendo suporte neste momento de luto.
Repercussão e indignação
O caso gerou comoção e indignação no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Em nota, o órgão destacou o Hospital Naval Marcílio Dias como referência em atendimentos de baixa à alta complexidade e repudiou a violência ocorrida.
“O Cremerj se solidariza com a médica, sua família e amigos, e pede celeridade na apuração dos fatos, além da responsabilização dos culpados. Também reforça a necessidade de um plano que evite que operações policiais próximas a estabelecimentos de saúde resultem em tragédias como esta”, declarou o conselho.
A morte de Gisele expõe mais uma vez os riscos decorrentes da violência urbana no Rio de Janeiro, trazendo à tona o impacto de confrontos armados em áreas próximas a instituições de saúde.