A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (21) o inquérito sobre a atuação de uma organização criminosa que, segundo as investigações, tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin como presidente e vice-presidente da República em 2023. O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os 37 indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A PF acusa os envolvidos de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Outros 29 nomes integram a lista de indiciados, incluindo empresários, militares, ex-assessores e influenciadores digitais.
Organização criminosa
De acordo com a PF, as investigações comprovaram a existência de uma estrutura organizada com divisão de tarefas, permitindo a individualização das condutas de cada indiciado. Foram identificados seis núcleos de atuação:
- Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral
- Incitação de Militares ao Golpe de Estado
- Apoio Jurídico
- Apoio Operacional a Ações Golpistas
- Inteligência Paralela
- Cumprimento de Medidas Coercitivas
As provas foram obtidas a partir de quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de delações premiadas, buscas e apreensões, todas autorizadas judicialmente.
Encerramento das investigações
“Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, informou a corporação em nota.