Nesta terça-feira (14), sete acusados de integrar o Núcleo 4 da tentativa de golpe de Estado começaram a ser julgados no Supremo Tribunal Federal (STF). Pesa sobre eles a possibilidade de condenação por campanha de desinformação, visando deslegitimar o sistema eleitoral e abrir caminho à permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o grupo teria promovido uma “guerra informacional”, iniciada dentro do governo, com o uso estruturas oficiais para espalhar conteúdos falsos – a Justiça Eleitoral foi um dos principais alvos.
Gonet citou um relatório com dados falsos sobre as urnas eletrônicas, que teria sido criado para contestar o resultado das eleições de 2022. A ação teria elevado a temperatura da militância e gerado instabilidade institucional.
Entre os réus integrantes do Núcleo 4 estão militares da reserva e da ativa, além de um policial federal e o presidente de um instituto que produziu o documento. Eles respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe e outros crimes graves.
O julgamento foi dividido em sessões e deve seguir nos dias 15, 21 e 22 de outubro. A pena poderá passar de 20 anos, dependendo da condenação individual.
Réus – Núcleo 4:
1 – Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
2 – Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);
3 – Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);
4 – Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);
5 – Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército);
6 – Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
7 – Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).