Os níveis de pobreza e extrema pobreza no Brasil em 2023 foram os menores registrados desde 2012, segundo a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. Apesar disso, 58,9 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza, e 9,5 milhões na extrema pobreza.
A extrema pobreza, definida como renda de até US$ 2,15 por dia (R$ 209 por mês), atingiu 4,4% da população em 2023, contra 6,6% em 2012. Já a pobreza, com renda inferior a US$ 6,85 por dia (R$ 665 por mês), caiu para 27,4%.
Mercado de trabalho e benefícios sociais
O IBGE atribui a redução principalmente ao mercado de trabalho e aos programas sociais, como o Bolsa Família, que teve valores ampliados em 2023. Segundo o pesquisador Bruno Mandelli Perez, os benefícios sociais têm maior impacto na extrema pobreza, enquanto o mercado de trabalho é mais decisivo na pobreza.
Desigualdades persistem
O Nordeste segue com os piores índices: 9,1% da população na extrema pobreza e 47,2% na pobreza. Mulheres, negros e jovens também são os mais afetados. Já os idosos apresentam taxas menores devido ao acesso a aposentadorias e pensões.
Desigualdade estável
O índice de Gini, que mede a desigualdade, permaneceu em 0,518, o melhor patamar da série histórica. Sem os programas sociais, a extrema pobreza seria mais que o dobro, alcançando 11,2%.