Quatrocentas mil pessoas em 150 mil veículos ao mês. Esse é o fluxo diário que atravessa os 13 quilômetros da Ponte-Rio Niterói, que completa 50 anos nesta segunda-feira (4/3). Considerada a maior ponte do Hemisfério Sul e da América Latina, ela liga Niterói à capital do estado, encurtando o caminho que antes exigia contornar a Baía de Guanabara ou usar balsas.
O conceito de uma ponte suspensa entre os dois municípios data de 1875, mas apenas quase um século depois, em 1963, foi criado um grupo de trabalho para sua construção. Em 23 de agosto de 1968, o general Arthur Costa e Silva, então presidente da ditadura militar, autorizou o projeto de sua construção. Apesar de sucessivas tentativas de mudança, até hoje é o ditador que dá o nome oficial da Ponte Rio-Niterói, a Ponte Presidente Costa e Silva.
Marco da engenharia brasileira, a ponte tem o maior vão em viga reta contínua do mundo, o chamado “Vão Central”, com 300 metros de comprimento e 72 metros de altura. Outro número que impressiona é o total de 1.152 vigas ao longo de sua estrutura. Antes da construção, para fazer a travessia entre Rio de Janeiro e Niterói, levava-se mais de duas horas de espera, e o transporte de veículos era feito em balsas.
CURIOSIDADE
As ocorrências que envolvem a ponte são as mais variadas que se pode imaginar. Uma das mais inusitadas ocorreu em 14 de novembro de 2022, quando o navio graneleiro São Luiz, ancorado desde 2016 na Baía de Guanabara, colidiu com a estrutura, levando ao fechamento da via nos dois sentidos até que sua integridade fosse avaliada. O congestionamento provocado pelo acidente superou 19 quilômetros na primeira hora do fechamento. A via sentido Niterói foi liberada três horas depois, mas a movimentação no sentido Rio de Janeiro ficou restrita a duas pistas até o dia seguinte, para reparos no guarda-corpo.