Fonte: O Globo
Enquanto Paraty e Ilha Grande recebem o prêmio de Patrimônio Mundial da Unesco, a sede do Ibama de Angra dos Reis, um dos postos responsáveis pela fiscalização ambiental da região premiada, está interditada. No último dia 27 de maio, um laudo da Defesa Civil do município identificou “alto risco” da estrutura, ao atestar série de precariedades, como vazamento no telhado e infestação de cupim. Em março, o Ministério Público Federal já havia entrado com uma Ação Civil Pública obrigando o Ibama a melhorar seu poder de fiscalização em Angra, com mais contratação de pessoal e equipamentos.
Nesta quinta, o MPF enviou o laudo de interdição da sede à justiça, como forma de pedir urgência para uma medida liminar na sua ação. Como O GLOBO mostrou em reportagem, o procurador Igor Miranda da Silva acionou o Ibama judicialmente para que, num prazo de até 180 dias, o instituto contrate mais seis funcionários, sendo três agentes ambientais fiscais, um (a) secretário (a), e mais dois servidores aptos para função administrativa; e assegure transporte marítimo à equipe técnica, bem como contratação de manutenção e operação para o barco.
Com a notícia da interdição, agora o MPF também pede, num prazo de até 90 dias, que sejam feitos os reparos necessários na sede da Unidade Técnica de Angra. De acordo com o laudo da Defesa Civil do município, que foi a responsável por interditar o local, havia “alto risco” na estrutura. Os engenheiros encontraram telhado com madeiramento deteriorado; estrutura de madeira com infestação de praga (cupim) ; forro deteriorado; telhado com vazamento; desabamento parcial do forro.
Por isso, a Defesa Civil não aconselhou a permanência de pessoas no local. Ainda no laudo, foi detalhado que o muro dos fundos está “totalmente inclinado com risco de queda”. Já, em outro ponto, parte já desabada. Ainda, a torre da caica d’água encontrava-se sem nenhuma manutenção e com infestação de cupim.
A sede do Ibama de Angra é responsável por fiscalizar Paraty e Ilha Grande, que foram premiadas nesta sexta como Patrimônio Mundial da Unesco. O posto, porém, não é o único a fazer esse trabalho na região, pois lá também há unidades da ICMBio e do Inea. Procurada, a prefeitura de Angra confirmou que o local continua interditado, “até que sejam feitas reformas no imóvel”. Já o Ibama ainda não respondeu à edição.