O corpo do Papa Francisco começou a ser velado na manhã de terça-feira (22) na Praça São Pedro, no Vaticano. No primeiro dia de cerimônia, ao menos 20 mil fiéis passaram pelo local para prestar suas homenagens ao pontífice, que faleceu na última segunda-feira (21).
Diante da grande procura, o Vaticano informou que poderá ampliar o prazo de visitação ao caixão, permitindo que mais peregrinos se despeçam de Francisco. O sepultamento está marcado para sábado (26), na capela de Santa Maria Maior — fora dos muros do Vaticano —, conforme desejo expresso pelo próprio Papa. No local, já estão sepultados outros nove pontífices.
Primeiro Papa das Américas, Jorge Mario Bergoglio escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, conhecido por sua defesa dos pobres e dos animais.
Igreja entra em luto e se prepara para a escolha do novo Papa
Com a morte do Papa, a Igreja Católica entra no período conhecido como Sede Vacante, quando a cadeira de São Pedro fica oficialmente vaga e o governo da Igreja é suspenso. O anúncio do falecimento é feito pelo decano do Colégio dos Cardeais e, a partir daí, assume o camerlengo, responsável pela administração temporária do Vaticano. O camerlengo, no entanto, não pode tomar decisões doutrinárias nem nomear novos bispos.
O corpo do pontífice é preparado com vestes vermelhas e exposto na Basílica de São Pedro. Durante nove dias consecutivos — o chamado novendiali — são celebradas missas em sua homenagem. Enquanto isso, os cardeais com menos de 80 anos se reúnem em Roma para iniciar os preparativos para o conclave, que ocorre entre 10 e 15 dias após o sepultamento.
Cardeais se reúnem para definir futuro da Igreja
São 135 cardeais com direito a voto. A maioria vem da Europa (53), seguida por Ásia (23), África (18), América do Sul (17), América do Norte (16), América Central (4) e Oceania (4). Dos eleitores, 108 foram nomeados por Francisco, 22 por Bento XVI e 5 por João Paulo II.
Embora vários nomes estejam sendo citados como possíveis sucessores, dentro e fora do Vaticano prevalece o ditado: “Quem entra no conclave como Papa, sai como cardeal” — uma referência à imprevisibilidade da escolha.
Entre os mais cotados, estão os cardeais italianos Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano; Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha; e Pierbattista Pizzaballa, arcebispo em Jerusalém. Fora da Itália, também ganham destaque nas apostas o filipino Luis Antonio Tagle, o português José Tolentino Mendonça, o brasileiro Sérgio da Rocha, além de cardeais de países como França, Malta, Estados Unidos e Inglaterra.
No conclave, os cardeais eleitores se isolam na Capela Sistina, onde votam de forma secreta até chegar a um consenso sobre o novo Papa. O resultado de cada rodada é sinalizado com fumaça: preta se não houve eleição, branca quando um novo pontífice é escolhido.
A escolha do novo Papa deverá definir não apenas o sucessor de Francisco, mas também os rumos da Igreja Católica nas próximas décadas.