Decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares que já estavam em vigor.
Réu no processo da trama golpista investigada pelo STF, cujo julgamento está previsto para setembro, Bolsonaro teve a prisão decretada na última segunda-feira, 4 de agosto. O ex-presidente está proibido de receber visitas – com exceção de advogados – e de utilizar celulares, inclusive de terceiros.
De acordo com a decisão do ministro, Bolsonaro violou as restrições ao gravar e também divulgar vídeos publicados por seus filhos nas redes sociais, com conteúdos de agradecimento aos atos de apoio efetuados em todo o Brasil no último domingo (3). A casa do ex-presidente, em Brasília, também sediou uma operação de busca e apreensão autorizada por Alexandre de Moraes.
A resolução acontece no âmbito de inquérito em que Bolsonaro e seu filho Eduardo são investigados por envolvimento com articulações políticas no exterior, incluindo suspeitas relacionadas às tentativas de interferência nos poderes da República.
Com a prisão, Bolsonaro é agora o 4º ex-presidente brasileiro a ser preso durante o período democrático posterior à ditadura militar (1964-1985): além dele, o presidente Lula e os ex-presidentes Michel Temer e Fernando Collor de Melo passaram pela mesma situação, com diferentes histórias e conclusões.