Na última quarta-feira, 17 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência referente ao projeto que prevê anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A urgência foi aprovada por 311 votos a favor, 163 contrários e 7 abstenções. Agora, o texto poderá ser votado diretamente em plenário, sem ter a necessidade de passar por comissões que estudam, debatem e fiscalizam as matérias.
A autoria do projeto é assinada pelo deputado Marcelo Crivella. O texto defende a anistia aos participantes de manifestações políticas realizadas entre outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei.
Assim que comentou sobre o placar final da votação, o Presidente da Câmara, Hugo Motta, informou que um relator será designado para produzir um texto substitutivo que busque o apoio da maioria ampla da casa – a escolha será efetuada nesta quinta-feira, 18 de setembro. Ele também defendeu a “pacificação do Brasil”.
“Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito. Há temas urgentes a frente e o país precisa andar”, declarou Motta.
Aliados de Jair Bolsonaro, atualmente condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão, defendem que a anistia também inclua o ex-presidente.
Antes mesmo que a votação acabasse, o grito de “sem anistia”, efetuado por parlamentares contrários à medida, ecoava pelo local, mostrando que o tema ainda poderá motivar muitas discussões e polêmicas.