sexta-feira, novembro 22, 2024
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Fake news afetam decisões de vítimas em catástrofe

A disseminação de notícias falsas nas redes sociais prejudica as vítimas das recentes enchentes no Rio Grande do Sul. As plataformas online têm sido palco para uma enxurrada de desinformação, minando a confiança nas instituições públicas e induzindo cidadãos a agirem de forma irracional.

Boatos sobre atrasos na distribuição de ajuda, alegações de inação do governo federal e até mesmo insinuações de que empresários estariam superando os esforços do governo em auxiliar os afetados têm sido amplamente divulgados com histórias que variam entre teoria da conspiração até boatos inflados.

Segundo Thaiane Moreira de Oliveira, pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF), integrante de um grupo de pesquisadores dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), falou para a Agência Brasil que acompanha de perto a propagação dessas mensagens enganosas nas redes sociais. Ela aponta que a desinformação tem se concentrado principalmente em questões políticas, minando a confiança nas instituições e desafiando a eficácia das autoridades.

O fenômeno é amplificado pela natureza das mídias sociais, onde qualquer indivíduo pode se apresentar como uma “autoridade” em um assunto, mesmo que suas opiniões sejam baseadas apenas em conjecturas pessoais. Thaiane destaca que, anteriormente, a credibilidade era associada a figuras como jornalistas, comunicadores públicos e especialistas, mas agora, qualquer pessoa com visibilidade online pode influenciar o público com suas opiniões não fundamentadas.

A consequência direta disso é a perda de referências confiáveis para as vítimas das enchentes tomarem decisões informadas. Com a confiança nas instituições abalada, as pessoas se veem incapazes de discernir informações verdadeiras das falsas, aumentando o risco de decisões irracionais em momentos de crise.

A pesquisadora adverte que esse cenário não apenas mina os pilares da democracia, mas também coloca em risco a segurança e a saúde das vítimas. Com influenciadores digitais promovendo tratamentos médicos duvidosos e informações errôneas sobre prevenção de doenças, a saúde pública está sob ameaça, especialmente quando a população já se encontra em uma situação de vulnerabilidade extrema.

A batalha contra a desinformação não é apenas uma questão de precisão informativa, mas uma necessidade urgente para proteger vidas e fortalecer a resiliência das comunidades afetadas por catástrofes naturais, explica Thaiane.

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