Dezenas de pessoas, moradores e passantes pelas cidades de Angra dos Reis e Paraty relataram transtornos e desconforto no deslocamento pela Costa Verde fluminense após a decisão de manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) optarem por fechar o tráfego na rodovia Rio-Santos (BR-101), em protesto contra o resultado das eleições do último domingo, dia 30. Os bloqueios temporários ou excessivamente demorados prejudicam o ir e vir de centenas de pessoas e receberam críticas até de eleitores do presidente, contrários a esta forma de protesto.
Desde a manhã da segunda-feira, dia 31, houve pelo menos três pontos de bloqueio na rodovia, em Angra e Paraty. Na manhã desta terça-feira, dia 1º, também foram registrados piquetes de manifestantes.
A estrada foi totalmente interditada na altura do km 532, na altura do Parque Mambucaba. Comerciantes do bairro incentivaram o fechamento da via. Por causa do bloqueio as linhas de ônibus entre Angra e Paraty não estão funcionando e nem a linha regular Parque Mambucaba chega ao seu ponto final, impactando ao menos 40 mil moradores do bairro.
A cidade também possui interdição no km 486, na Japuíba. Neste trecho, a Polícia Rodoviária Federal disse ter negociado a liberação do trânsito em formato ‘pare e siga’ a cada intervalo de cinco minutos.
Em Paraty, manifestantes atearam fogo em pneus e colocaram barreiras de areia no km 576, no Corisco, e também antes do acesso ao Portal das Artes, em ambos os casos fechando totalmente a pista. Mais cedo o prefeito de Paraty, Luciano Vidal, pediu apoio à Polícia Militar para a desobstrução da via.
A concessionária CCR RioSP, que administra o trecho desde Santa Cruz, no Rio, até Santos, em São Paulo, informou que por volta de 11h desta terça, os três pontos com manifestação apresentavam mais de 1 km de congestionamento.