quarta-feira, abril 24, 2024
Com Beto Carmona
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Lançado plano para levar o café do Sul de Minas, por trilhos, a Angra dos Reis

Matéria retirada da revista Portos e Navios

Um projeto que poderá movimentar investimentos de mais de R$ 20 bilhões busca viabilizar as exportações de produtos do sul de Minas Gerais, principalmente café, pelo porto de Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. A intenção é unir essas pontas por ferrovia.

Defendido pelo Porto Seco Sul de Minas e pelo Terminal Portuário de Angra dos Reis (Tpar), o novo corredor logístico depende da reativação dos trechos ferroviários Varginha-Três Corações-Lavras (Shortline Sul de Minas) e Barra Mansa-Rio Claro-Angra (Shortline Sul Fluminense). Os dois fazem parte da Ferrovia Centro-Atlântica, administrada pela VLI, mas estão inoperantes desde 2010 e 2009, respectivamente.

Atualmente concentradas no porto de Santos, as exportações que partem do Porto Seco Sul de Minas rendem cerca de US$ 1 bilhão por ano (R$ bilhões, incluindo impostos) e chegam ao litoral paulista em caminhões, com custos mais altos e elevado número de acidentes, principalmente na Rodovia Fernão Dias.

De acordo com levantamento feito pelo Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas, a movimentação anual chega a 100 mil contêineres, incluindo exportações de café, importação de fertilizantes e movimentação inter-regional de café para blendagem. Com o novo corredor, estima-se que o volume poderá dobrar.

“Só de café, são 80 mil contêineres, mas com a redução de custos certamente o aumento será expressivo. Para Santos, o exportador paga, hoje, R$ 3,4 mil por contêiner, valor que sobe para R$ 3,8 mil no caso do transporte ao porto do Rio. Com a ligação entre Varginha e Angra, o custo cai para R$ 1,8 mil, sem contar a logística reversa [transporte de fertilizantes do porto para os polos cafeeiros]”, afirma Cleber Marques de Paiva, presidente do Porto Seco de Varginha e exportador de café.

Paiva estima que, ao todo, somando-se obras de infraestrutura – inclusive em pequenos trechos rodoviários de ligação -, terminais e armazenagem, os investimentos no projeto Varginha-Angra podem alcançar entre R$ 20 bilhões e R$ 23 bilhões, grande parte em projetos privados no Porto Seco Sul de Minas e arredores. Para dar início aos trabalhos, ele acredita que seja necessário um capital de risco de R$ 200 milhões.

Se tudo der certo, a ferrovia poderá chegar a 5 quilômetros do porto de Angra, e na perna rodoviária de ligação a ideia é que o transporte das cargas seja realizado por caminhões elétricos, para reduzir o impacto da operação no ambiente. “O projeto não é ambientalmente hostil”, afirma Paiva, lembrando das vantagens do transporte ferroviário em relação ao rodoviário nessa frente.

No porto de Angra dos Reis, serão necessários investimentos estimados em R$ 150 milhões para suportar o aumento da movimentação de cargas, incluindo a estrada de chegada para os caminhões e melhorias no terreno no entorno. “É um projeto transformador para o terminal”, afirma Leandro Cariello, sócio do Splenda Port Group, holding que tem a concessão do Tpar. Mas tudo isso depende da reativação dos trilhos.

Com 130 quilômetros de extensão, o Shorline Sul de Minas requer reforma e modernização, mesma situação do Shortline Sul Fluminense, que tem 106 quilômetros. Nos dois casos, a VLI inicialmente optou por reformar e devolver a concessão. E, apesar das gestões do Porto Seco Sul de Minas e do Tpar, o futuro desses shorlines ainda é incerto.

“A VLI, administradora da Ferrovia Centro-Atlântica, esclarece que estudos de demanda já feitos na região indicam que o trecho citado não tem demanda suficiente para justificar economicamente sua recuperação e operação. Esses estudos estão sendo atualizados, conforme estabelecido pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), como parte natural do processo de renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. É necessária a conclusão desses levantamentos para uma nova análise do potencial de cargas do trecho. A determinação de projetos e aportes a partir da renovação do contrato de concessão é feita com base na metodologia e parâmetros técnicos da agência reguladora e decisão do Ministério da Infraestrutura”, disse a empresa em nota ao Valor.

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