Nos próximos cinco anos, as temperaturas globais devem bater a marca dos registros atuais por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño, que ocorre naturalmente. O alerta foi feito pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em relatório divulgado hoje, dia 17, a agência das Nações Unidas afirma que existe 98% de chance de um, dentre os próximos cinco anos, ser o mais quente desde o início de registros das temperaturas globais iniciados há mais de 100 anos.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, especificada no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, mas sim um alarme de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.
O documento aponta uma probabilidade de 66% de a temperatura média anual próxima à superfície global entre 2023 e 2027 ultrapassar os níveis pré-industriais de 1.5°C por pelo menos um ano.
O relatório também aponta para o aquecimento do Ártico que poderá ser três vezes mais alto que a média global. Taalas acredita que esse quadro poderá causar impactos sobre a saúde, segurança alimentar, gerenciamento de mananciais de água e meio ambiente. E, somente por isso, o mundo precisa estar preparado.
Um outro fator é que o fenômeno El Niño apareça num cenário de combinação de mudança climática induzida por seres humanos que levará as temperaturas globais para patamares desconhecidos.