sexta-feira, julho 26, 2024
Com Beto Carmona
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Trabalho de Bruno Pereira destaca importância dos povos indígenas

No segundo aniversário do assassinato de Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Beatriz Matos, viúva de Bruno e diretora no Ministério dos Povos Indígenas, destacou a importância do trabalho do indigenista na proteção da floresta e da biodiversidade brasileira. Em entrevista à TV Brasil, Beatriz enfatizou a necessidade de a sociedade compreender melhor o papel dos povos indígenas, especialmente os isolados.

Dom Phillips estava escrevia um livro intitulado “Como Salvar a Amazônia” e planejava entrevistar lideranças indígenas com a ajuda de Bruno. Ambos foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022. Seus corpos foram encontrados em 15 de junho, após uma busca que resultou na prisão de cinco suspeitos.

Beatriz relembra a angústia vivida durante os dias de desaparecimento, ressaltando a falta de apoio das autoridades. “Foi uma insegurança muito grande, porque a gente não tinha nenhuma confiança em quem deveria estar buscando as vítimas”, desabafou.

As mortes de Bruno e Dom se tornaram um marco na luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação ambiental. Beatriz expressou esperança com a mudança de governo em 2023, trazendo maior proteção para os povos da região e reparação para as famílias das vítimas. Ela foi convidada para trabalhar no Ministério dos Povos Indígenas, contribuindo para reverter a política de sucateamento da Funai e resgatar o legado de Bruno.

Povos isolados e a preservação da Amazônia

Durante a entrevista, Beatriz explicou que muitos povos isolados optaram por evitar o contato com não indígenas devido a experiências traumáticas e violentas no passado. Desde o final dos anos 1980, o Estado brasileiro adotou medidas para respeitar essa decisão, garantindo a segurança dos territórios ocupados por esses povos.

A política brasileira de respeitar o direito à recusa ao contato inclui a proteção dos territórios tradicionais desses povos. Dados da Funai de 2021 indicam 114 registros de povos isolados na Amazônia Legal. A Funai coordena ações de proteção em 19 terras indígenas habitadas por grupos de recente contato.

Desafios e a luta contínua pela preservação

Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais críticas, Beatriz observa que a sociedade começa a reconhecer a importância dos povos indígenas na mitigação dos efeitos ambientais e na preservação da biodiversidade. “Se você pegar os mapas de satélite, vai ver que onde tem terra indígena está verdinho”, afirmou.

Beatriz alerta que, apesar do compromisso demonstrado pelo atual governo, ainda há uma pressão significativa por parte de grupos que desejam explorar a Amazônia para agricultura e criação de gado. Ela destaca a necessidade de fortalecer as políticas ambientais e indigenistas para garantir a proteção contínua desses territórios.

“Fortalecer a política ambiental e indigenista é uma briga constante e diária”, avaliou Beatriz, reforçando a importância de manter viva a memória e o trabalho de Bruno Pereira e Dom Phillips. “Valorizar o trabalho de Bruno, de Dom, dos jornalistas e dos funcionários da Funai e do Ibama que estão na linha de frente é essencial para a defesa dos territórios indígenas”, concluiu.

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