A usina nuclear Angra 2 voltou a figurar entre as unidades de melhor performance do mundo, ao atingir, em maio de 2025, cerca de 95% de desempenho operacional. O dado é do índice PI-INDEX da Associação Mundial de Operadores Nucleares (WANO, na sigla em inglês), que reúne os principais indicadores técnicos e operacionais de usinas nucleares ao redor do planeta.
Utilizado como referência internacional, o PI-INDEX considera dez critérios, entre eles taxa de disponibilidade, confiabilidade do combustível, performance dos sistemas de segurança e número de desligamentos não programados do reator. O índice analisa um histórico de até três anos, o que exige resultados consistentes para que uma usina seja reconhecida como de alta performance.
Após enfrentar dificuldades entre 2020 e 2023 — principalmente em função dos efeitos da pandemia da Covid-19 —, Angra 2 iniciou, em 2024, um processo de recuperação baseado na estabilização do programa de confiabilidade de equipamentos e na aplicação de soluções técnicas. O desempenho atual posiciona a usina acima da média mundial do setor nuclear.
Para o superintendente de Angra 2, Fabiano Portugal, o resultado é fruto do empenho coletivo da equipe técnica. “Esse índice é o coroamento do trabalho de toda a equipe. Implementamos um programa integrado de confiabilidade baseado nas melhores práticas internacionais, que define a forma de conduzir uma usina rumo à excelência. O atual desempenho é resultado desse trabalho iniciado há oito anos”, afirmou.
Além de destacar o avanço tecnológico e operacional da usina, o desempenho de Angra 2 reforça a contribuição da energia nuclear para a matriz elétrica nacional. Segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), o setor representa impacto de R$ 2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) e gera mais de 22 mil empregos diretos e indiretos no país.
