sexta-feira, maio 3, 2024
Com Beto Carmona
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Histórias afro-brasileiras também do segundo dia de desfile

A segunda-feira (12) de carnaval, no Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, também trouxe para a avenida enredos que homenageiam personalidades e histórias da população afro-brasileira, como a cantora Alcione (Mangueira), o livro Um Defeito de Cor (Portela), o almirante negro João Cândido (Tuiuti) e divindades africanas (Viradouro).

Quem abriu a noite foi a Mocidade Independente de Padre Miguel, que trouxe para a avenida enredo com o título “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”. A escola verde e branca celebrou a importância do caju na cultura nacional. A ideia foi contar a história da fruta nativa dos povos originários até os dias atuais. O patrono da escola, o bicheiro Rogério de Andrade, que cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira e possui restrições de horário, teve o pedido de ir ao sambódromo negado pela Justiça. Durante o desfile, populares indagaram se o mascote da escola, que estava na avenida, seria o bicheiro disfarçado.

Em seguida, entrou na Marques de Sapucaí a Portela, que apresentou o enredo “Um defeito de cor”, baseado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves. No romance, Kehinde, mulher escravizada ainda criança na África, que viveu boa parte da vida no Brasil, procura um filho perdido, que seria Luiz Gama, famoso abolicionista, jornalista, poeta e advogado brasileiro.

A Unidos de Vila Isabel foi a terceira da noite a desfilar. O enredo “Gbalá – viagem ao Templo da Criação” narrou histórias yorubá desde que a humanidade existe. É uma reedição do enredo que foi trazido pela escola para a avenida em 1993. Os versos atualizaram a mensagem anterior, com uma leitura mais atual sobre a responsabilidade humana com o planeta e as gerações futuras. O carnavalesco da escola, Paulo Barros, teve um mal-estar ao fim do desfile. Foi amparado por seguranças da agremiação e negou o uso da cadeira de rodas para deixar o local.

A Mangueira entrou em seguida para celebrar a história de vida da cantora Alcione com o enredo “A negra voz do amanhã”. Ícone do samba, da música brasileira e da escola do morro da Mangueira, a história de Marrom, como é carinhosamente conhecida no meio artístico, foi contada desde a infância, no Maranhão, onde nasceu, até a construção da vida artística no Rio de Janeiro. Em 2024, a cantora completa 50 anos de carreira.

A Paraíso do Tuiuti apresentou o enredo “Glória ao almirante negro”, sobre a trajetória revolucionária de João Cândido Felisberto, conhecido por liderar a revolta da Chibata, em 1910. No episódio, o levante pretendia acabar com as práticas violentas e maus tratos da Marinha aos marinheiros, na maioria, negros.

Quem fechou a noite na Sapucaí foi a Unidos do Viradouro, com o enredo “Arroboboi, Dangbé!”, liderado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. Foi contado na avenida o mito de uma serpente vodum, que se tornou uma divindade após épica batalha entre reinos da antiga região da Costa da Mina, na África.

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